terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Foi quando ela me abraçou (I)

Do mesmo jeito incrivelmente rápido que ela entrou na minha vida, acabou saindo. Isso parece uma máxima. Tudo que vem fácil, acaba indo fácil. E assim foi com Isabela. Eu tinha acabado um relacionamento relativamente longo há cerca de seis meses. Até então, nenhuma mulher tinha me interessado a tal ponto de me fazer vislumbrar tê-la como namorada. Claro que outras já haviam aparecido na minha vida, porém, nenhuma, encatara-me como Bela.

Nem exatamente pelos olhos verdes claros que ela possuía, nem pelo sorriso tímido, mas sim pela pessoa de grande coração que ela demonstrou ser. O incrível disso tudo é que nós tivemos apenas seis curtos e longos dias de convivência para se apaixonar, se dar conta disso, vivenciar o gosto amargo da distância e, enfim, decidir pôr um ponto final em algo que nem se quer havia começado de fato.

Eu a conheci em uma viagem que fiz em janeiro de 1985. Os tempos eram totalmente diferentes. O Brasil ainda respirava o cheiro da ditadura e Tancredo Neves ainda nem sequer havia sido eleito para, então, morrer antes mesmo de tornar-se o Presidente da República. A cidade era João Pessoa. Havia me programado para passar duas semanas na capital paraibana, mas problemas pessoais me fizeram retornar um pouco antes.

Em visita a casa de um primo, o Carlos, conheci a pessoa que me deu a maior sensação de alegria que havia sentido nos últimos meses da minha vida. Quando eu entrei na casa do meu primo, lá estava Isabela sentada à mesa tomando o café da manhã. Seu rosto ainda estava meio amassado pelo travesseiro. Ainda era cedo. Cerca de 9h. Nunca vou esquecer do olhar dela.

Convidado, sentei-me à mesa e lá a cumprimentei pela primeira vez. Nascia ali uma amizade, que rapidamente evoluiu para uma paixão e que, rapidamente, teve um fim. Bela era estudante de medicina, inteligente, muito bonita e de chamar a atenção de qualquer homem. Com 25 anos, prestes a se formar, tinha uma vida direcionada. Inclusive, já namorava com um rapaz há mais de três anos. Estava prestes a noivar. Isso até me conhecer.

Convivemos exatos seis dias. Nem mais, nem menos. Foi o tempo mais do que suficiente para, entre olhares, desencadearmos um sentimento sem igual. Com o namorado dela viajando e ambos de férias em uma cidade que pouco se tinha para fazer, ela acabou sendo a minha guia turística em um lugar que eu pouco conhecia. Cinema, teatro, bares e bebidas fizeram parte dos dias passados. Até, repentinamente, eu precisar ir embora. Era o fim da viagem e o começo de uma paixão que se declarou no momento da minha partida com um abraço bem apertado.

Acompanhe os próximos capítulos...

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