Do mesmo jeito incrivelmente rápido que ela entrou na minha vida, acabou saindo. Isso parece uma máxima. Tudo que vem fácil, acaba indo fácil. E assim foi com Isabela. Eu tinha acabado um relacionamento relativamente longo há cerca de seis meses. Até então, nenhuma mulher tinha me interessado a tal ponto de me fazer vislumbrar tê-la como namorada. Claro que outras já haviam aparecido na minha vida, porém, nenhuma, encatara-me como Bela.
Nem exatamente pelos olhos verdes claros que ela possuía, nem pelo sorriso tímido, mas sim pela pessoa de grande coração que ela demonstrou ser. O incrível disso tudo é que nós tivemos apenas seis curtos e longos dias de convivência para se apaixonar, se dar conta disso, vivenciar o gosto amargo da distância e, enfim, decidir pôr um ponto final em algo que nem se quer havia começado de fato.
Eu a conheci em uma viagem que fiz em janeiro de 1985. Os tempos eram totalmente diferentes. O Brasil ainda respirava o cheiro da ditadura e Tancredo Neves ainda nem sequer havia sido eleito para, então, morrer antes mesmo de tornar-se o Presidente da República. A cidade era João Pessoa. Havia me programado para passar duas semanas na capital paraibana, mas problemas pessoais me fizeram retornar um pouco antes.
Em visita a casa de um primo, o Carlos, conheci a pessoa que me deu a maior sensação de alegria que havia sentido nos últimos meses da minha vida. Quando eu entrei na casa do meu primo, lá estava Isabela sentada à mesa tomando o café da manhã. Seu rosto ainda estava meio amassado pelo travesseiro. Ainda era cedo. Cerca de 9h. Nunca vou esquecer do olhar dela.
Convidado, sentei-me à mesa e lá a cumprimentei pela primeira vez. Nascia ali uma amizade, que rapidamente evoluiu para uma paixão e que, rapidamente, teve um fim. Bela era estudante de medicina, inteligente, muito bonita e de chamar a atenção de qualquer homem. Com 25 anos, prestes a se formar, tinha uma vida direcionada. Inclusive, já namorava com um rapaz há mais de três anos. Estava prestes a noivar. Isso até me conhecer.
Convivemos exatos seis dias. Nem mais, nem menos. Foi o tempo mais do que suficiente para, entre olhares, desencadearmos um sentimento sem igual. Com o namorado dela viajando e ambos de férias em uma cidade que pouco se tinha para fazer, ela acabou sendo a minha guia turística em um lugar que eu pouco conhecia. Cinema, teatro, bares e bebidas fizeram parte dos dias passados. Até, repentinamente, eu precisar ir embora. Era o fim da viagem e o começo de uma paixão que se declarou no momento da minha partida com um abraço bem apertado.
Acompanhe os próximos capítulos...
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
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